-E vocês estão de QUATRO?
:O
Senti que as pessoas me olharam beeeem diferente. Meu namorado já estava roxo de vergonha.
Logo que percebi a besteira, pra tentar remendar, falei:
- Quer dizer, DE CASAL?!
Acho que também não ajudou muito...
Era uma terça-feira à tarde. Chicó estava com um pelo horroroso, grande, todo maltratado. Me deram, então, a "missão" de levá-lo para cortar o cabelo. Deixei ele lá e me alertaram que "lá pras quatro horas" eu fosse buscá-lo. "Mas dá uma ligadinha antes", me pediu a atendente.
Fiz uma horinha na casa da minha avó e, pontualmente às 16h, liguei para o pet shop. A atendente me garantiu que Chicó estava pronto, então corri para pegar ele - quanto menos tempo deixar o bichinho naquelas gaiolinhas, melhor, neh!? Aquilo é horrível, coitado.
Quando cheguei, desci para pegar. Só que o tosador ainda estava secando. Ele estava LINDO! Fiquei do lado de fora, olhando e babando como o caozinho estava tããão fofo. Do vidro, comecei um "diálogo" com Chicó - com direito a caras e bocas!
- Tais tão fofo, nêgo. Coisa linda!
Aí estão 3 coisas que me caracterizaram ontem.
Cheguei no trabalho com um amigo. Logo na entrada, um evento estava sendo organizado, então havia uma mesa com uma bandeja de croissants. De manhã, eu com fome, não resisti e, com uma cara lavada, perguntei para a menina que estava organizando...
- Eu tenho direito?
- Eita, tem que perguntar pra seu Pedro.
Encontrei "seu Pedro".
- Seu Pedro, a gente tem direito?
Aí ele nos deu duas canetas. Mas eu queria o croissant.
- Tá, mas a gente tem direito ao croissant?
- Tá bom, vão lá pegar...
- Bom diia!
Nessa exata hora, quando ele passava do lado da gente, minha bolsa enganchou na alça do extintor de incêncio gigantesco e derrubou o negócio com tudo. Foi um barulho estrondoso, o povo saindo das salas pra ver o que era, a recepcionista veio correndo, a outra gritou do outro lado "Estão derrubando a empresa!".
Essa coisa de trabalhar na televisão faz a gente pagar alguns micos. Estava revendo as minhas fotos e lembrei de um fato "ótimo" pra minha cara, que aconteceu por essas épocas carnavalescas, há 2 anos.
Um belo dia uma amiga produtora me veio louca pedir um favor. Iam participar do programa duas modelos, para fazer maquiagens de carnaval. Mas as pestes farraparam! Ela, claro, veio recorrer à minha pessoa. Eu sem maquiagem, vestido feio...
- Mila, por favor, o programa vai começar e eu to sem as meninas pra o maquiador fazer! Ju aceitou, ela vai participar também. Tu não precisa falar nada. Ele só vai ficar pintando e tu sentadinha, no cantinho...
Eu aceitei, neh?! Fazer o quê!
Corro eu pro estúdio e sento lá no canto. O maquiador me disse logo:
- Como tu tais sem make, vou fazer uma pintura no teu rosto todo, visse?! Vai ficar linda!
Ok! Já não tinha mais como fugir. O programa começou e toda vez que a apresentadora se aproximava meu coração disparava de vergonha.
Pronto! Acabou a maquiagem. Eu estava com uma borboleta pintada na cara! Me botaram sentada no meio do estúdio, tendo que dar aquele risinho pra câmera o resto do programa. Parecia que não acabava nunca. Até que chega a hora em que a apresentadora tem a maravilhosa ideia de pedir para nós "modelos" levantarmos para DESFILAR as maquiagens. Sabe quando você emperra?! Pois emperrei e não consegui dar um passo. Ela foi e chamou: "Vem pra cá". Meu risinho já nem dava mais vencimento!
O programa tava chegando ao fim, eu louca com aquele mico, me sentindo a própria participante do"Qual é a música?"!
Uma banda de frevo começou a tocar. Eu, tentando ser discreta, fui andando pra trás. Eis que uma mão pega na minha cintura e me faz puxar um trenzinho. EU, PUXANDO UM TRENZINHO PARA TODO O ESTADO, COM UMA BORBOLETA PINTADA NO ROSTO.
Abaixo, a foto. Preciso dizer mais alguma coisa?
Eu tenho dessas coisas de falar sem pensar. Sou super impulsiva! Por conta disso, acabo falando besteiras onde e quando não deveria falar...
Estava eu produzindo um flash de carnaval. A gravação era numa comunidade um tanto barra pesada, no Pina. No meio do trabalho, o meu celular toca. Como havia um maracatu enorme, saí de onde estava e entrei num local perto onde havia uma sinuca, para ouvir melhor. Neste lugar, alguns homens - da comunidade! - conversavam e jogavam.
Eu atendi e falei ao telefone tão alto como falaria se ainda estivesse no meio da zuada do maracatu...
- Tais onde?
- Menino, to numa bocada danada aqui no Pina.
(ops!)
Percebendo que falei besteira onde não devia, consegui piorar a situação, falando ao telefone no mesmo tom de voz:
- Falei merda!
Realmente, falei merda e sai dali sem nem olhar pro lado.
Passear de ônibus é quase um sonífero pra mim. E não falo dos geladinhos opcionais não. Falo do coletivo lotado, calorento, da cadeira dura. E se o passeio for em horário de pico, tipo às 18h, no engarrafamento da Domingos Ferreira, aí tá feito: durmo, sonho, babo...
Ontem foi um desses dias. Voltava pra casa esse horário e, chegando ali na altura do Pina, comecei minha maratona de cochilos. O engraçado é que eu não quebro o pescoço. Sim, porque eu estava com a cabeça solta, não estava nem encostada na janela. Minha cabeça dá rodopios, vai pra um lado, pro outro, frente, trás. E eu não acordo! Sei disso porque nas voltas da faculdade minhas amigas queridas companheiras de viagem já me diziam: "não sei como tu não acorda. Devia, pelo menos, ficar com uma torcicolo".
O que me deixa constrangida é que, se minha cabeça ficar encostada atrás, a boca aberta é inevitável. Aí estou eu lá no meu sono bom, até que chega perto da minha parada e eu acordo - Isso é impressionante também, porque meu organismo conhece a minha linha de chegada. Tenha trânsito ou não, acordo sempre uma parada antes da minha. - Então vou, aos poucos, observando as pessoas ao meu redor. O ônibus lotado, um monte de gente em pé e... olhando pra mim. Aí me dou conta que estou com a boca aberta, com uma cara de lesa, olho de peixe-morto.
Aí me levanto, puxo a cordinha e vou em direção à porta, na certeza de que aquele foi só mais um momento que ainda se repetirá por muitas e muitas viagens.
Estava me lembrando de uma história bem interessante, de garra e superação, que aconteceu com uma pessoa muito próxima. É um exemplo de que, com força de vontade, a gente pode conseguir boas amizades e ótimas conversas - pelo menos para contar aos outros...
Cenário: Uma casa à beira-mar, na praia dos Carneiros.
Personagens: Um neozelandês e um brasileiro tentando se comunicar.
Era noite. Os dois personagens estavam juntos, sentados em um banco, admirando a praia, o mar, e céu, as estrelas... O brasileiro começou a ficar incomodado com aquele silêncio, mas não sabia falar bem inglês para iniciar uma conversa. Então, para pelo menos quebrar o clima, falou:
- Very.. very, very, very stars!
O neozelandês deu um sorrisinho: - Yeah
O silêncio continuou. Passou mais um tempo e ele, o brasileiro, ainda sem jeito com a falta de diálogo, soltou essa:
- The ocean... is... Big!
A reação do neozelandês, ao contrário da resposta anterior, foi mais longa e o brasileiro percebeu que não podia acompanhar a conversa que havia iniciado. Manteve o sorriso no rosto, ficou balançando a cabeça em sinal de acordo, até que a conversa acabou e os dois voltaram para casa.
Ao nos contar a história, ele falou: "É, valeu a experiência!"
É... valeu!
Estava me lembrando de uma história bem interessante, de garra e superação, que aconteceu com uma pessoa muito próxima. É um exemplo de que, com força de vontade, a gente pode conseguir boas amizades e ótimas conversas - pelo menos para contar aos outros...
Pegar o caderno de Classificados de um jornal, num dia de domingo especialmente, pode ser um passatempo interessante. Falo principalmente da página reservada aos anúncios de "acompanhantes". Aquilo daria um estudo - e já deve ter dado para alguém - sobre a publicidade feita pelas moçoilas e pelos rapazes que oferecem seus serviços nas páginas do periódico.
Há desde os anúncios nos quais os ofertantes somente exaltam suas qualidades, até verdadeiras propagandas, com direito a sites, fotos e tudo mais. Pra conferir a mercadoria e não levar um susto mais tarde...
Há as que fazem comparações, para ficar mais fácil pro leitor visualizar a figura. Exemplo: "ADIVANIA, loira estilo Vera Fisher". (em que sentido será?)
Tem anúncios que prometem. Tipo: "Mulata toda boa frente e costas"; "Fulano, moreno alto, sem decepção"; "Lésbicas para você delirar de prazer".
Alguns até oferecem benefícios: "R$ 50 com táxi incluso", "R$150 massagem + sexo completo", "R$100 com local".
Ah! E algumas aceitam cartão, hein!? Cartão mesmo, pra passar na maquininha... ops!
Outros anúncios têm tantos detalhes que não cabem no quadradinho do classificado. Aí apelam pra abreviação. "loira mulata acess inv bg louc tot" (?)
Os nomes dos acompanhantes também são um caso à parte: Café com Leite, Aline Lothus, Adaça, Amora, Anjo do Prazer, Chocolate com Pimenta, Dara Taylor, para citar alguns.
Ah! E a idade é posta como um atributo importante a ser destacado, quando fica nos 18 e 19 anos. Mas se você crê no ditado "panela velha é que faz comida boa", então achou o anúncio que estava procurando.
"Ritinha a vovó nota 10. Você duvida?"
Eu não.
Eu não sou uma pessoa lá muito vaidosa, mas tem dia que dá até pena da gente. Sexta-feira acordei e deu dó do meu estado. Resolvi deixar a pirangagem de lado e fazer uma coisa que raramente faço: as unhas!
Fui ao salão. A manicure, uma fofa, Dorinha, foi quem cuidou das minhas unhas. Logo que sentei, antes de começar, veio a pergunta:
- Vai pintar de claro ou escuro?
Fico intrigada com isso. A pessoa nem começou o processo e já tem que responder a cor. Ainda mais eu que nunca faço as unhas. Fiquei na dúvida, mas já que estava lá e me sentia muito descuidada, resolvi:
- Escuro.
Aí veio a parte mais interessante: os nomes dos esmaltes! Bombom, Rosa Colombiana, Verão, Cyber, Love, flash dance, maçã do amor, desejo, affair, para citar alguns. Sem contar nos nomes próprios. Grande parte das mulheres tem esmaltes como "xarás": Dara, Brigitte, Vanda, Tamara, Miucha...
- Olha, tem esses aqui também: Doce Orgulho, Inveja boa, Santa Gula. Se você quiser pode misturar um Vermelho Ardente com Rubi - sugeriu a manicure.
Preferi ser mais comum e fiquei com duas mãos de Gabriela.
Foi um passeio demorado, porque Dorinha era super cuidadosa, mas interessante. Ela me contou grande parte da sua vida e eu conheci mais uma figura dessas que chegam sem querer no meio do seu dia. Tanto que antes de ir embora não me contive e dei um abraço bem dado nela.
Estou até achando que daqui pra frente minhas mãos vão ficar bonitinhas mais frenquentemente.