Passear de ônibus é quase um sonífero pra mim. E não falo dos geladinhos opcionais não. Falo do coletivo lotado, calorento, da cadeira dura. E se o passeio for em horário de pico, tipo às 18h, no engarrafamento da Domingos Ferreira, aí tá feito: durmo, sonho, babo...
Ontem foi um desses dias. Voltava pra casa esse horário e, chegando ali na altura do Pina, comecei minha maratona de cochilos. O engraçado é que eu não quebro o pescoço. Sim, porque eu estava com a cabeça solta, não estava nem encostada na janela. Minha cabeça dá rodopios, vai pra um lado, pro outro, frente, trás. E eu não acordo! Sei disso porque nas voltas da faculdade minhas amigas queridas companheiras de viagem já me diziam: "não sei como tu não acorda. Devia, pelo menos, ficar com uma torcicolo".
O que me deixa constrangida é que, se minha cabeça ficar encostada atrás, a boca aberta é inevitável. Aí estou eu lá no meu sono bom, até que chega perto da minha parada e eu acordo - Isso é impressionante também, porque meu organismo conhece a minha linha de chegada. Tenha trânsito ou não, acordo sempre uma parada antes da minha. - Então vou, aos poucos, observando as pessoas ao meu redor. O ônibus lotado, um monte de gente em pé e... olhando pra mim. Aí me dou conta que estou com a boca aberta, com uma cara de lesa, olho de peixe-morto.
Aí me levanto, puxo a cordinha e vou em direção à porta, na certeza de que aquele foi só mais um momento que ainda se repetirá por muitas e muitas viagens.
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